domingo, 16 de novembro de 2008

Introdução ( Parte I )




11 de Outubro de 1999, 12h05m


A princesa do meu reino nasceu de apenas 28 semanas e 5 dias, com 1.400 kg. Ouvi-te chorar, no meio de toda aquela aflição, um motivo para sorrir -
estavas viva.
Não te vi, e desapareceram contigo dali da sala de partos, onde fiquei só. Só com os meus pensamentos e aflições, de não saber o que estava a acontecer. Um bebé prematuro para mim até a data era apenas um bebé que nascia mais cedo. Nem imaginava eu, por todas as etapas de vida que ainda irias passar.
Passado uma hora levaram-me para a enfermaria, onde me deram logo uma foto tua. Eras linda, mesmo pequenina e ainda suja do sangue e já dentro da incubadora, e deu logo para ver que eras a cara do teu pai.
Foste transferida para a M.A.C. com apenas duas horas de vida, para a "famosa sala 5" - U.C.I.
Num repente lembrei-me de ligar a toda a família que já tinhas nascido, 1º o teu pai, depois o avô, depois a tia...tudo ficou baralhado eras para nascer no fim de ano.
Passado o impacto inicial veio a alegria de teres nascido e o medo do desconhecido. O teu pai foi ver-te umas horas mais tarde já na M.A.C., e trouxe mais uma foto tua, agora já toda entubada, com uma fraldinha, um gorro e umas botinhas. Acho que eras mais pequena que os teus Nenucos :)). Para mim eras sempre linda, a mais linda.
Dois dias depois de ter alta, lá fui eu com a ansiedade natural de mãe conhecer a minha princesa. Um misto de emoções. Medo, afinal eras tão pequenina, tantos tubinhos por todos os lados, tantas incertezas, tantos apitos a toda a hora (que hoje, passados 9 anos ainda me recordo deles). Alegria de ser mãe e um aperto no coração por me sentir impotente para fazer fosse o que fosse pela minha menina.
Perguntei se podia tocar-te, disseram-me que sim, que até era bom. Senti logo uma amor por ti tão grande, dei-te logo um carinho especial, muitas festinhas, muita vontade de te ter comigo. De certeza que sabias que era a tua mãe que ali estava pelo carinho especial, estive lá uma hora e vim embora. Sentindo aquele vazio que nunca tinha pensado sentir, regressar a casa sem a minha princesa.
Doeu muito e chorei, como se uma parte de mim faltasse na minha vida, mesmo sabendo que estavas ali entregue a óptimos profissionais que tudo fizeram por ti para que sobrevivesses e a quem vou ficar agradecida o resto da minha vida.

1 comentário:

  1. mamy vaidosa...agora imagina um dia os teus netos a lerem isto!!!é isso mesmo miga!!!desfruta...beijokas as duas

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