terça-feira, 30 de dezembro de 2008

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Dislexia e Discalculia, o que é?



DISLEXIA: (do grego) dus=difícil, mau; lexis=palavra.




"Já aprendi todas as letras do alfabeto, mas, por vezes tenho dificuldade em juntar algumas letras para formar uma palavra. Confundo-me! Quando isto me acontece, fico aborrecida e apetece-me largar tudo, mas logo me lembro de todos os livros sobre dinossauros que quero ler e, então, continuo a tentar." Retirado do livro: "Tenho dislexia".




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DISCALCULIA: (do Grego) dis=mal e (do Latin) calculare=contar; formando: contando mal




Num país onde as taxas de insucesso na disciplina de Matemática são elevados, será que há mais portugueses com discalculia do que aqueles que estão diagnosticados? Retirado de: "DOSSIER DO PÚBLICO ON LINE".


terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Infantil e Primária


A tua estadia na sala dos 2 anos correu muito bem, fizeste amiguinhos e gostavas muito da tua Educadora e auxiliar. As fraldocas é que não haviam meio de ficar de parte, mas no verão, um mês antes de ir para os 3 anos deixas-te as fraldas numa semana e foi um sucesso, acho que só uma vez te aconteceu fazer xixi sem ser na casa de banho. Ainda usas-te mais uns 2 meses , se não estou em erro, de noite e depois largas-te definitivamente as fraldas e correu muito bem.
Depois veio a sala dos 3 anos, já andavas bem a vontade com os amigos e as "amigas crescidas", como dizem na tua escola.
Começas-te a ter psico-motricidade (ginástica), e começamos a notar que andavas um pouco em pontas dos pés, e isso levou-nos ao Ortopedista, que detectou uma pequena retracção no Tendão de Aquiles da perna direita. Mais um pequeno percalço.
O Dr. não achou necessário recorrer à fisioterapia, e sim, fazermos nós (pais), exercícios à perna em casa durante um ano, ou seja, esticar e dobrar a perna direita, contigo deitada, e com a planta do pé bem flectida, pois esse exercício, fazia com que o Tendão de Aquilies ficasse mais elástico. E assim foi, durante um ano, todos os dias 30 vezes exercício à perna. Ao fim de um ano foste avaliada e já estavas bem melhor, por isso o Dr. achou que já não era necessário mais exercícios e que só voltarias para nova avaliação quando fizesses 10 anos.
Foste para o Ballet e Natação o que também ajudou com a aumentar a elasticidade do tendão.



Os 4 e os 5 anos decorreram normalmente, embora a Educadora sempre escrevesse na tua "avaliação", que por vezes tinhas um certo atraso em pequenas coisas, em relação a certas tarefas, que foram superadas e conseguidas a seu tempo.
Acabada a infantil e ainda com 5 aninhos foste para a primária, toda vaidosa e orgulhosa. Isto de ser crescida já era muito mais giro. A escola mantem-se a mesma visto ter desde o berçario ao 4º ano.
O reencontro com os antigos amigos e novos amigos que entraram na sala de aula, foi uma alegria.

Ouve o apadrinhamento dos meninos do 4º ano aos meninos do 1º ano, que deixa todos muito orgulhosos.

O 1º ano começou sem grandes problemas, mas achavas que não tinhas tempo para brincar e começas-te a dizer que já não tinha tanta graça andar na primária.
A matéria ia correndo bem até à altura em que já dadas as letras todas do alfabeto, começavam a dar as famílias das palavras (da, de, di, do, du, etc), começas-te a ter alguns problemas mas ia correndo bem. Matemática gostavas muito e era onde tinhas as melhores notas, Estudo do meio também andava bem.
Quando chegou a altura de começaram a ler palavras completas e frases, começou a notar-se uma grande dificuldade em ti, na leitura e maior ainda na escrita. Mas o ano foi decorrendo e aos poucos lá ias conseguindo fazer os teus progressos, mais na parte da leitura que da escrita.
Passas-te então para o 2º ano, e veio uma nova professora porque a vossa do 1º ano foi-se embora da escola.
Esta completamente diferente, mas também tão querida como a outra. Mais aberta e extrovertida, mas também muito mais exigente.
Começou então a notar-se um ligeiro atraso em relação aos colegas de turma. A Matemática até começarem a dar as tabuadas corria bem, o Estudo do Meio basicamente sempre correu bem, agora Português andava a dar muitas dores de cabeça. Dificuldades na leitura e muitos , muitos erros na escrita, foi aí, que quase no fim do 2º ano, que após avaliação psicológica e testes , que te diagnosticaram Dislexia. Agora sim, percebíamos as tuas dificuldades na leitura e na escrita e já algumas em matemática.
A partir do início do 3º ano, começas-te a ter apoio com uma Psicóloga Educacional, para te ajudar com a dislexia. Uma Psicóloga querida e amorosa, por quem logo te afeiçoas-te muito. Tu e eu porque ela é mesmo um amor e trata as crianças com um carinho como eu nunca vi.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Os teus primeiros anos


Após chegares finalmente a casa com um mesinho e meio, as dúvidas e os medos foram muitos, um bebé prematuro deixa sempre mais receios numa mãe quando vamos para casa. Mas tudo correu bem :).
Os primeiros meses foram os mais difíceis, não por que tenhas tidos algum problema, mas porque tinhas que mamar, de 3 em 3 horas certinhas, ou seja, noites de sono acabaram. Acordar dar biberão, mudar a fraldinha, pôr a arrotar, adormecer-te....Passei a dormir 4 horas intercaladas por noite, mas sempre valeu a pena. Uma noite até adormeci contigo nos braços e tombei para cima do teu pai, o que vale é que ele fez de almofada e amparou, hahaha!
Depois começaram os problemas com os leites, alguns prendiam-te os intestinos, depois bolsavas muito e tivemos que mudar para um anti-regurgitante, ou seja, acho que conseguimos estabilizar lá para o 4º ou 5º tipo de leite.
Tiveste que fazer um exame por causa da regurgitação em excesso (o bolsar), tinhas um pequeno refluxo esogástrico, que foi tratado com medicação e passou.
Neste 1º ano de vida, tivemos vários seguimentos médicos, além das consultas de desenvolvimento e das de rotina normais, tiveste que fazer fisioterapia porque de repente deixas-te de ter alguma preensão na mão direita, felizmente foram só 3 sessões e ficas-te bem.
Andamos em S. Marta para fazer exames ao coração devido ao sopro com que nasceste, e ao fim do 1º ano, tiveste alta, pois felizmente este ficou totalmente fechado.
Fizemos o rastreio da visão, para ver se havia algum problema de vista, tudo óptimo, nada de problemas.
Assim foi decorrendo o teu 1º ano de vida com estes pequenos entraves, mas nada de maior.
E, finalmente chegou o teu 1º aniversário, quem diria, tudo corre tão depressa.



Passou assim o teu 1º ano de vida, posso dizer que fui uma privilegiada, porque fiquei contigo em casa nos 2 primeiros anos. Quando fizeste 18 meses, tiveste alta das consultas de desenvolvimento, pois estavas óptima e já com o desenvolvimento de um bebé de termo.
No teu 2º ano começas-te a dizer as tuas primeiras palavras, e com 22 meses de idade real e 20 e meio de idade corrigida começas-te a andar, mais tarde bem sei, mas nos prematuros é normal.
Um mês antes de completares o teu 2º aniversário foste para a Creche, a 1ª semana foi mais difícil, e não há coração de mãe que aguente ter que ir embora da Creche e ver a nossa filha a chorar e de bracinhos esticados a chamar por nós, foi difícil, muito difícil para mim e saía de lá com a lágrima no canto do olho e o coração desfeito, mas ao fim da 1ª semana, já estavas bem incorporada na sala, com a tua educadora e auxiliar e os novos amiguinhos. Falavas pouco quando entras-te para lá, mas ao fim de uns tempos já eras uma verdadeira gralha, e até hoje não há quem te cale, hehehe!!!!!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Parte II



Com 9 dias de vida sais-te dos cuidados intensivos e foste transferida para a Neonatologia do Hospital em que nasceste, para os cuidados intermédios.
Uma grande alegria, pois é mais um passo em frente saber que já estavas nos cuidados intermédios.
Lá, permaneceste, mais um mês dentro da incubadora, onde todos os dias te fui visitar, sempre com aquele receio de uma má notícia.
Era sempre uma alegria saber que tinhas engordado nem que fosse 1g, e um aperto no coração quando o peso diminuía.
Neste mês, passas-te por algumas etapas menos boas, mas todas foram superadas. A pior foi saber que tinhas um sopro no coração, foste tratada com medicação que numa 1ª fase que não resultou, mas à 2ª já fez efeito e quase fechou. Tiveste uma hemorragia interventricular (penso que seja esse o nome), mas que não veio trazer qualquer efeito ao teu desenvolvimento. É comum nos prematuros. Rejeitas-te o leite, e tiveram que o retirar. Como se costuma dizer "um passo à frente e 2 atrás", disseram-me para começar a tirar do meu com uma bomba e finalmente tudo ficou resolvido, e começas-te a tolera-lo bem. Por fim já não engordavas muito e chegaram a conclusão que o meu leite era fraco e passaram para o leite em pó.
Outras vezes tinhas uma taquicardia muito elevada, parecia que sentias a minha ansiedade, e acredito que sim. Um dia quando lá cheguei estavas com uma pulsação muito elevada e eu fiquei muito nervosa, quando me dirigi a ti, tu sentis-te isso e ainda aumentou mais. Pensei para comigo "estou a passar esta ansiedade para ti, vou dar uma volta a ver se acalmo", e resultou. Quando voltei já mais calma também tu ficas-te mais calma, não há dúvida quando dizem que os bebés sentem o que as mães estam a passar.
Fui aconselhada, pelo pediatra que te seguiu , a pôr música na tua incubadora, dizia ele que acalmava os bebés prematuros.
Levei então música clássica para pôr na tua incubadora, a tua 1ª reacção foi de morrer a rir, parecia que estavas a perceber tudo. Assim que liguei o som, puseste as mãos nos ouvidos e mexeste-te muito, ri imenso foi como se dissesses : "Mãe!!!!!!!!!!!!!! que coisa é essa tão horrível que me estás a pôr aqui, desliga desliga" .
Este foi o teu 1º encontro com a música, mas a partir daí a verdade é que ficas-te muito mais calma e começas-te a gostar.



Passado um mês saíste da incubadora e passas-te para o berço, que era a etapa final antes de teres alta. Que alegria ver ali a minha filhota, sem ser dentro da sua caixinha e como os outros bebés num bercinho.
E eis que chega o grande dia, e ao fim de 45 dias de internamento estás apta para vir para casa.
Eu fiquei tão feliz que só me apetecia saltar e pular, com 2040 kg e 44,5 cm tiveste finalmente alta e vieste conhecer a tua casinha e finalmente dar alegria a este lar.

domingo, 16 de novembro de 2008

Introdução ( Parte I )




11 de Outubro de 1999, 12h05m


A princesa do meu reino nasceu de apenas 28 semanas e 5 dias, com 1.400 kg. Ouvi-te chorar, no meio de toda aquela aflição, um motivo para sorrir -
estavas viva.
Não te vi, e desapareceram contigo dali da sala de partos, onde fiquei só. Só com os meus pensamentos e aflições, de não saber o que estava a acontecer. Um bebé prematuro para mim até a data era apenas um bebé que nascia mais cedo. Nem imaginava eu, por todas as etapas de vida que ainda irias passar.
Passado uma hora levaram-me para a enfermaria, onde me deram logo uma foto tua. Eras linda, mesmo pequenina e ainda suja do sangue e já dentro da incubadora, e deu logo para ver que eras a cara do teu pai.
Foste transferida para a M.A.C. com apenas duas horas de vida, para a "famosa sala 5" - U.C.I.
Num repente lembrei-me de ligar a toda a família que já tinhas nascido, 1º o teu pai, depois o avô, depois a tia...tudo ficou baralhado eras para nascer no fim de ano.
Passado o impacto inicial veio a alegria de teres nascido e o medo do desconhecido. O teu pai foi ver-te umas horas mais tarde já na M.A.C., e trouxe mais uma foto tua, agora já toda entubada, com uma fraldinha, um gorro e umas botinhas. Acho que eras mais pequena que os teus Nenucos :)). Para mim eras sempre linda, a mais linda.
Dois dias depois de ter alta, lá fui eu com a ansiedade natural de mãe conhecer a minha princesa. Um misto de emoções. Medo, afinal eras tão pequenina, tantos tubinhos por todos os lados, tantas incertezas, tantos apitos a toda a hora (que hoje, passados 9 anos ainda me recordo deles). Alegria de ser mãe e um aperto no coração por me sentir impotente para fazer fosse o que fosse pela minha menina.
Perguntei se podia tocar-te, disseram-me que sim, que até era bom. Senti logo uma amor por ti tão grande, dei-te logo um carinho especial, muitas festinhas, muita vontade de te ter comigo. De certeza que sabias que era a tua mãe que ali estava pelo carinho especial, estive lá uma hora e vim embora. Sentindo aquele vazio que nunca tinha pensado sentir, regressar a casa sem a minha princesa.
Doeu muito e chorei, como se uma parte de mim faltasse na minha vida, mesmo sabendo que estavas ali entregue a óptimos profissionais que tudo fizeram por ti para que sobrevivesses e a quem vou ficar agradecida o resto da minha vida.